T.P.M

Tudo por culpa dela. Sério. Sofro demais com essa porra de TPM. Coisa de mulherzinha, eu sei. Mas é verdade. Se há uma coisa que tenho de mais feminino, é essa merda.

Antes achava balela neguinho falar: “ah, ela está de TPM, deixa ela”. Pura frescura. Afinal, qual poder tem essa porra de alterar o estado emocional de alguém?

T-O-D-O-S.

Não é novidade que sou uma pessoa super grossa. Mas, tudo que não choro o ano inteiro, choro na TPM. Falou alto comigo, estou chorando. Não tem chocolate, cai uma lágrima. Acabou o xampu, estou em prantos. Choro por qualquer besteira que acontece.

Tudo me irrita. Tudo é tudo mesmo. Até o toque do meu celular tocando, que eu acho super fofo, me dá nos nervos. Fico total descontrolada. Bom humor, mau humor. Uma bolsa de valores mesmo.

Meu humor oscila conforme o grau de intensidade da minha cólica. Puta que pariu! Já não bastava sofrer dessa maldita tensão pré menstrual, ainda tenho a sorte de ter essas cólicas fudidas, que nem todo o estoque de analgésicos da Onofre sara.

Exagero é o caralho! É pior que dor de parto essa porra. Deito na cama, e só levanto quando meu espírito resolve dar uma volta de tanta dor. Dói, velho. Pra caralho. E as espinhas? Melhor nem comentar que hoje saí toda errada com um band-aid no rosto. SIM! Aqueles redondinhos!

Aí vem neguinho, pra me deixar mais fodida, e lança: "é fácil fazer merda e colocar a culpa na TPM, né Diana? Diana o caralho! Não pedi pra falar comigo, não pedi nada. Na-da.

Todos temos dias ruins. Assumo minhas merdas. Mas, na TPM, a culpa maior é dela. Ok. A TPM é minha, logo, a culpa também. Mas porra... dá um desconto? Só um. Afinal, é uma vez por mês essa porra. Será que dá pra agüentar?

Dá! Tem que dar. Porque se eu tenho que suportar, cadê a camaradagem, o companheirismo, Carlos Alberto? Suporte junto comigo, me deixa encostar no teu ombro, e jura pra mim que não vai embora. É pedir muito? Não!

Mulher não devia sair de casa quando está de TPM. Eu, pelo menos, não. Devia sumir. Porque se abro a boca, falo o que não devo. Se saio, compro o que não posso. Se bebo, passo mal porque corta o efeito dos remédios.

Ooh vida. Não sei onde estava com a cabeça na hora que resolvi sair do conforto do saco do meu pai e entrar no útero da minha mãe. Não sei mesmo!

Se arrependimento matasse, eu já estava cremada!