Várias Coisas Pra Fazer

10 agosto 2010

Mãos ao Copo.:

Sabe aquela música dos Engenheiros do Hawaii que virou single de propaganda de carro novo? “Você precisa de alguém que te dê segurança, senão você dança dança dança dança dança”. Então, dancei. Quase. Mas foi nessa música que pensei quando cheguei em casa, umas semanas atrás, um tanto quanto debilitada fisicamente. Explico.

Talvez tenha sido esse o motivo do meu sumiço por aqui. No blog. Por que no twitter agora sou pop. Mentira. Sumi porque estava trabalhando demais. Odeio pessoas que dizem isso. “Trabalhando demais”. Mas a frase se fez necessária nessas últimas semanas. Mas pulemos e voltemos ao início. Ou melhor, ao principio do fim.

Não é novidade pra ninguém que me recuso a rejeitar minha cerveja nossa de sexta-feira na Augusta. O problema é que passei a frequentar muito o ambiente. Quer dizer, duas ou três vezes por semana. Sei lá. Não só a Augusta. Mas a Paulista. Adoro andar por lá. Me deixa tranquila. Já cansei de ouvir: Diana, você não sai de lá. Até saio, mas talvez não te convide. Ou melhor, saio, mas volto.

O fato é que algo aconteceu e poderia mudar completamente o destino de nossas vidas. A minha e a dela. Da Rua. Augusta. Meu nível de álcool no sangue estava baixo e a minha forma física estava, se não em dia, oquei para me fazer correr alguns metros atrás de um infeliz que não esperava que eu, sim, eu - Diana Carvalho - estivesse com sorte naquela noite. Ou quase.

Partiu. Cena 1. Decidi que precisava usar o celular. Mais. Precisava tentar reaver um mal entendido desmedido que envolvia a minha pessoa e a minha paz. Por um minuto, ou por vários, quase me arrependi depois. Devia ter ido embora. Mas ficou de lição. Ou não. Essa analise faço depois. Pego meu celular e levo o aparelho junto ao meu aparelho auditivo. Ouvido. Orelha, como preferir.

Com a calmaria que é a região central de São Paulo, sinto que um ser desensofrido vem a galope, me dá um empurrão, e zaz! Furta o que, tirando a minha vida, eu tinha de mais precioso naquele momento: meu Samsung. Que minha mãe ainda nem tinha terminado de pagar. Foi nisso que pensei na hora que aquele filho da puta tentou ser o esperto da vez.

A segunda coisa que pensei foi no Vitor. Minhas fotos. Minha vida. Toda ali. Registrada. Meu caderninho, digo, agenda de telefones. Nunca mais cantaria o refrão 2345678. Enfim. Corri. Fui atrás do infeliz. Perna pra quem te quer, como diria a minha avó. Saí correndo. Não sem antes tomar um capote digno. O primeiro da noite.

Tomei uma buzinada. Me assustei. Cai de quatro na rua, meu deus, minha dignidade estava por um fio. Mas não me dei por vencida e só pensava em agarrar uma blusa de frio de capuz e uma bermuda azul marinho da Billabong que corria enlouquecidamente por entre os carros e luzes dos inferninhos. Não podia perde-lo de vista. Não podia parar. Aliás, parar estava fora de cogitação.

Corria tanto que nem minhas pernas, nem minha voz, me obedeciam mais. Não conseguia gritar para que alguém parasse, por cinco minutos de se preocupar só em encher o copo de cerveja, e segurasse aquele filho da puta. Sei lá. Uma chave de braço, uma rasteira ou até um atropelamento. Precisava que alguem o pegasse.

Sem sucesso. Fui obrigada, então, a usar da minha inteligência e força para segurar o individuo. Resultado: não deu muito certo. Obviamente que falta força em meu físico de trave e sobra inteligência,
mas não costumo usa-la com frequencia. Sendo assim, num acesso de sou a mulher maravilha, voei, literalmente, pra cima do menino/ladrão/trombadinha/pivete/filho da puta.

Ele, por sua vez, com toda a sua sagacidade malandriaca, me deu um soco no pescoço e um chute na canela, que fez perder totalmente o equilíbrio, o restante da dignidade, e tive um contato imediato, pra não dizer apaixonado, com o chão.

Caí. Feio. De peixinho, diriam alguns na época do colégio. Escola, melhor. Por que não sou burguês. Enfim. De peixinho. Beijei o chão. Foi literalmente um beijo no asfalto. Nessa aventura toda, o saldo foi um óculos recém comprado totalmente quebrado, um corte na parte de cima da sobrancelha e o rosto um pouquinho ralado. Sem contar o joelho. Minha nossa! Esse é melhor pular.

E o filho da puta? Perguntam vocês, curiosos e amantes da boa literatura que visitam sempre essas páginas verdes, pois é. O filha da puta, depois de me jogar ao chão, saiu apenas tropicando e por lá continuou sua correria. Até que, não mais que de repente, apareceu o meu salvador.

Yuri, o nome dele. Que só fui saber dias depois. Ele surgiu como um raio estrela e luar. Numa manhã que não tinha sido de sol. Yuri deu uma voadora no filho da puta e em seguida torceu o braço dele deixando-o sem chances de combate.

Foi lindo! Se eu fosse simpática à figura masculina, Yuri seria o cara para quem eu daria... a mão da minha filha! Como não vou ter uma filha e, sim, um filho, muito menos sou simpática, pulemos essa babação de ovo.

Depois de imobilizar o infeliz, chegou tanta gente na rua que acabei chamando mais atenção do aquelas garotas nas portas das boates, num calor só delas, que usam roupas minusculas e chamativas em vermelho. Com a confusão armada e o filho da puta sem arma, recuperei meu celular!

Agradeci ao Yuri. Virou meu amigo, se é que posso chamar assim alguém que me salva de um assalto e me dá cervejas de graça. Enfim. Sem exageros, apenas cotovelo, mão e braços ralados. O joelho estava roxo mesmo. Aliás, ainda está. Hematomas são dignos. Servem pra gente olhar, chorar e pensar: precisava de tudo isso? Precisava.

Quer dizer, não sei se precisava. Mas tirei uma boa lição. A primeira é a de que não importa o que aconteça: corra. A segunda é a de não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje. No entanto, pense bem. Pense duas vezes. O mundo não acaba depois da 00h, mas o metrô fecha.

6 Comentários:

  • Às 2:27 AM , Anonymous ... disse...

    algumas pessoas aprendem a correr atrás de filhos da puta. outras a não correr de si mesmas.


    ... essa foi uma das minhas maiores lições.

     
  • Às 1:04 PM , Anonymous Bruh disse...

    Se o metro fechar vc faz a angelica esqueceu? kkkkkkk

    Vc sempre cai de peixinho qdo corre: remember falling in campinas! kkkk



    Bjin :*

     
  • Às 1:08 PM , Blogger Bia Rebello disse...

    menino/ladrão/trombadinha/pivete/filho da puta
    hahaha me rachon.


    ainda bem que acompanho sua vida por msg instantânea, pq aqui, anda bem atrasado!

    Bitocas,amo!

     
  • Às 3:31 PM , Anonymous will disse...

    O metrô fecha, mas quem disse que você liga muito pra isso?

     
  • Às 4:05 PM , Blogger nayla disse...

    compra um carro

     
  • Às 10:40 PM , Anonymous Bi disse...

    Esse seu blog está igual ao Thiaguinho do exalta.. ABANDONADO!

     

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