Várias Coisas Pra Fazer

27 janeiro 2011

Os Comédians.:

Já vou logo avisando: esse post talvez seja um tanto quanto preconceituoso. Mas e daí, quem liga? Pelo menos não estou dando luminária em ninguém. Portanto, adiante.

Ao longo dos meus 24 anos percebi que nunca fui “modinha”. Na época da escola, o lance era fumar, usar piercing, ter uma banda de rock e beber. Passei 22 anos sem colocar uma gota de álcool na boca. Morro de medo de agulha, até hoje não consegui fazer uma tatuagem, que dirá colocar um piercing. Banda nem passou pela minha cabeça. Até cheguei a tentar um violão, depois guitarra. Mas era solo. Quieta no meu quarto, com um caderno do lado e um espelho tentando acertar a mão no braço. Pra ver se saia um lá. ci. dó.

Sendo assim, devo ter sido chamada de baunilinha, o que hoje é o novo "frouxa", por um bom tempo. Sim, eu era uma pessoa baunilinha e não fazia parte das modinhas. Veio a fase dos Rock Roll. Andar de preto. Pulei também. Sou magra, preto emagrece e apesar da gente querer sumir em uma determinada fase da adolescência, preferi continuar existindo com os meus 45 quilos. Sem mais, nem menos. Sem preto.

Daí veio a fase das redes sociais. Ou melhor, da rede social menos favorecida hoje em dia: Orkut. Antes disso, já tinha relutado bastante em ter MSN. Hoje, já posso dizer que não sei o que seria da minha vida sem um contato online. No entanto, devo frisar que também passei batido na modinha do ICQ. Um menino que eu ficava – sim, vocês não leram errado – pedia insistentemente para que eu criasse um. Como naquela época já não gostava de meninos, dá pra entender por que não tive a porra do ICQ.

Voltemos a rede social menos favorecida hoje em dia: Orkut. Pulei lindamente essa modinha. Na época, era vista como marginal: como assim você não tem Orkut? Não tendo, ué. TODOS CHOCA. Tal indignação me tornava uma pessoa excluída das rodinhas tanto virtuais como reais. Mas prevaleci, sobrevivi e, hoje, tenho um orgulho imensurável ao dizer que nunca cheguei a criar um perfil naquilo que hoje entrou para a história da pedra na internet.

A moda agora é o Facebook. Também não tenho a menor pretensão de ter um. Posso até profetizar, se fosse algum expert nesses fenômenos virtuais, dizendo que o Facebook irá sucumbir igual o Orkut daqui alguns anos. Logo surgirá uma rede social mais moderna, mais luxuosa, mas fina, mais elitizada e aí o Face se tornará passado e será tão ridicularizado quanto. Ou não. Meu negocio é letras, não tecnologia. Nota-se.

Sendo assim, estava eu a dizer que posso com certeza me definir com uma pessoa não modinha. Não sigo as tendências. Isso tem seus prós e contras. Mas não vou divagar sobre. Passando pela música, teve também o lance do forró universitário. Ok. Talvez dessa modinha eu tenha me aproximado um pouco ao comprar um CD do Falamansa. Mas foi um só. Juro.

Em seguida, tivemos os Emos. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas obrigada senhor por não ter nascido com o cabelo bom. Por que, se tivesse, era bem capaz de meter uma franja até o queixo e sair por aí cantando e choramingando esse new happy help rock do ela não me quer mais. Mas eu gosto dela mesmo assim. Que pena. Que pe ê ê ê na!

Atualmente, a moda é o Sertanejo. Essa me joguei de cabeça. Mentira. Modinha seria se eu tivesse trocado meu Allstar pelas botas da Cecília, aquela do Rodolfo. Meus jeans por couros e minhas blusas de capuz contra chuva e a favor da chapinha por chapéus de mulher de caubói rico. Não fiz nada disso. Meu gosto por sertanejo sempre existiu.

Pra mim, “É o Amor” é a música mais linda que já ouvi. Dito isso, posso afirmar que mesmo antes de Jorge & Mateus, meu coração já balançava por vem meu céu, meu pão de mel, meu bem querer de Zezé di Camargo e Luciano e os me amarrei de Daniel.

Passando ilesa por todas essas tentações do mundo modernístico, venho aqui manifestar meu repúdio a todos que passaram a frequentar a Rua Augusta depois de lerem na Folha, no Uol, na puta que o pariu, que lá é o lugar mais democrático, underground e badalado de São Paulo. Não, não é. A Rua Augusta é a Rua Augusta. Ponto. Se você não entende isso, não vai querer conhecer.

Lá já fui assaltada, já fui xingada, já fui expulsa. Já fui tudo. Menos puta. Não que ainda não dê tempo. Enfim. Não se enganem ao pensar que lá é o melhor lugar do mundo para desfilarem os seus carrões, explodindo com os pan pan pan americano. Não, porra! A rua Augusta só é a rua Augusta, a “cena noturna mais balada da cidade de São Paulo”, simplesmente por que vocês, Mauricios e Patricias, não vão pra lá!

Lá não vai dá pra andar em bando com suas camisetas polos e shotinhos tipo mini saias e salto alto. Vocês não serão benvindos. Não é preconceito, é só um toque. Vocês não vão gostar. Tem gente estranha. Tem bêbado. Tem gente vendendo bebida em garrafinha de plástico, skol em isopor. Tem calçada esburacada, linda. Vai deixar preso lá o seu Louboutin? Que judiação! Vai deixar seu carrão ser riscado pelos muleques que cheiram cola na Peixoto Gomide? Jamais. Então: VAZA!

Toda essa minha revolta não é de hoje. Mas se tornou maior quando resolveram criar ali, um pouco acima do baixo, a porra do clube/bar/teatro COMEDIANS. Tomar no meio do cu. Não que eu não goste de stand-up. Nada contra. Até gosto, se for de graça. Mas o fato é a merda que se transforma aquela rua em dia de “espetáculo”. Fica uma fila imensa. Uma galera contraste. Tomando ICE, falando no celular, com bolsinhas a tira colo e ocupando TODA A CALÇADA.

Quer ir pro Bar da Locâ? Quer descer pro Netão? Quer dar uma sinucada no Pescador? Desça então pelo lado esquerdo da calçada, porque o direito está in-ter-di-ta-do por uma porra de uma fila cheia de gente que te olha torto, só porque você passa reto e ainda ri. Mas ri muito. Mais do que se estivesse numa apresentação de stand-up. Olha os Comendians, aí! Tem como não rir de quem vai à Rua Augusta e quer tratamento Classe A?

“Adorei o Comendians, pena que fica na Rua Augusta”, pena mesmo minha filha. Pena de mim. Pena de você. Pena de nós. Afinal, tem que ser muito Comendians pra abrir um clube de comédia na rua Augusta pra um público de Vila Olímpia. #FAIL.

3 Comentários:

  • Às 1:21 AM , Anonymous will disse...

    HUahuhuahuahuauahu O orkut é da idade da pedra lascada da internet. Mas pelo que consta você ensaiou um perfilm sim!

    E o Comedians podia ficar na Augusta sim, mas do lado Jardins! hahahahha

     
  • Às 2:13 AM , Anonymous Bruh disse...

    "como assim você não tem Orkut? Não tendo, ué. TODOS CHOCA"

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk racheeeiii!

    Bom..... nao gosto da Augusta mas se eu nao passar por la nunca vejo vc!!! Drama! kkkkkkk

    Bjin :*

     
  • Às 6:12 PM , Blogger Camila disse...

    Eu concordo em tudo. Lembro de uma vez que comentei para uma prima do interior o quanto me sentia a vontade ali na Augusta, e da cara de choque que ela fez por isso. "Ai esse lugar sujo e feio".

    Agora eu li seu post e lembrei de uma tirinha em que o Snoop leva o Woodstock pra conhecer o lugar em que ele nasceu. Ao chegar lá, percebe que construiram um estacionamento no lugar.

    "Estão estacionando nas minhas memórias", ele diz.

    Estão fazendo comédia com as nossas memórias da Augusta.

    Triste e revoltante =(

     

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