Várias Coisas Pra Fazer

01 dezembro 2006

Veja Essa.


A edição da revista “Veja São Paulo” do dia 15 de novembro, trás uma matéria de capa sobre a taxa de homicídios em São Paulo, taxa, que segundo o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) caiu em 52% na cidade em cinco anos. Foi no ano de 2000 em que se registrou o maior número de assassinatos na cidade,cerca de 5.327, quase quinze mortes por dia, já em 2006 o número foi para 1.134 com média de sete mortes por dia.

A matéria mostra ainda os perfis de quem mata e quem é morto, os motivos mais freqüentes, os locais, etc. Apresenta ainda maneiras para se reduzir o crime, como melhorias nos sistemas de inteligência da PM, patrulhamento na ruas e sem dúvida prender e manter o preso na cadeia, o que me parece ser o mais difícil em São Paulo.

O mais interessante é que mesmo com essa redução da taxa de homicídios, a segurança de São Paulo ainda deve melhorar e muito, visto que três repórteres e três fotógrafos da Veja acompanharam durante um final de semana os peritos e delegados do DHPP e registraram 14 mortes, entre elas de duas mulheres.
Até o fechamento da edição apenas um homicídio havia sido esclarecido, o linchamento de um flanelinha que teria tentado estrupar uma moradora do bairro, o culpado se apresentou a policia e está preso.

Uma das mulheres mortas no final de semana, foi uma senhora de 63 anos, dona de casa, morta com quatro tiros as 10h da manhã, a policia acredita que o alvo era apenas seu vizinho morto com dois tiros após sair de casa até o portão pois havia escutado um barulho.

Apenas uma de 14 mortes foram esclarecidas, as demais apenas suposições dos motivos para os homicídios, como por vingança, envolvimento no tráfico, briga de torcidas... Não a suspeitos, todas as mortes a tiro, a sangue frio e ninguém sabe nada, descobre nada, ninguém viu. Olhando as fotos na revista, o sofrimento está estampado na cara dos familiares e mesmo os que sabiam que seu ente poderia estar envolvido no mundo do crime, pareciam não acreditar no que estava acontecendo.

Eu gostei muito dessa matéria da Veja, o acompanhamento dos repórteres com os peritos, das dificuldades que enfrentaram em conseguir fotos das vitimas, das entrevistas com os investigadores... Gostei bastante. E eu nem gosto da Veja, mas uma vez ou outra bem rara tem uma coisa pertinente. Nem sei quanto custa uma Veja, é mais cara que a Capricho? Meu chefe é assinante da Veja e da Contigo, então entre ler uma ou outra, eu fico com a Veja né!

Mas eu fiquei indignada com uma parte da revista e foi por isso que resolvi escrever este post. Na última página tem espaço para os cronistas que se alternam entre Ivan Ângelo, que eu não faço a menor idéia de quem seja, mas que escreve razoavelmente bem até, rs, e do Walcyr Carrasco, que pela primeira vez que li achei que fosse aquele autor de novelas espíritas, tipo aquela “Alma gêmea” da Globo, bem, na segunda vez que li, tive certeza de que era ele mesmo, porque tinha uma fotinha do dito cujo ao lado da crônica, e eu reconheci pois já o tinha visto nos programas dominicais da vida... Enfim, julgando o por suas crônicas pra mim ele continua sendo um bom autor de novela e olha lá!

O fato é que na mesma edição da matéria dos homicídios, este Walcyr Carrasco escreve uma crônica com o título “Meu Cachorro”, relatando que seu cachorro está doente, ou seja, praticamente com o pé na cova, sei, e?
Tá, ele quis demonstrar o amor que temos pelos animais e como o cão é um amigo verdadeiro, companheiro e fiel. Sem dúvida é muito triste perder um animalzinho de estimação a crônica estava suportavelmente até agradável.

Mas na edição seguinte da “Veja São Paulo” no espaço “Opinião do Leitor”, obviamente tinha as opiniões dos leitores e um quadro com os assuntos mais comentados da edição anterior, e adivinha qual foi o assunto mais comentado da edição sobre os homicídios?

Isso mesmo, Walcyr Carrasco, com a crônica “Meu cachorro”. Realmente, ou o cara escreve muito bem, ou as pessoas agora estão muito sentimentais aos nossos amigos quadrúpedes!
Por favor, não me achem uma pessoinha sem coração, eu sei, eu sei, o cachorro do cara esta doente, pô, 14 anos de convivência, realmente é muito triste perder um animal. Mas francamente e os homicídios? E as famílias, os filhos que perderam seus pais em um domingo e nem sabem e acredito que nem vão saber o porque.

De nove comentários da “Opinião do Leitor” apenas dois foram dirigidos aos assassinatos em São Paulo.
Já para a crônica...

Tendo o luxo, se isso for um luxo, o comentário de Maitê Proença:

"Linda a crônica de Walcyr Carrasco sobre o Uno. Espero que ele esteja em paz."

Para mim ela só quer mesmo é uma vaga na próxima novela do autor!

3 Comentários:

  • Às 12:24 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Veja?!

    A revista já é ruim, não poderia se esperar outra coisa dos leitores. As pessoas não se importam com o que é realmente importante, creio que muitos desses leitores não sabem ou nem ligam para o fato de mais de 8 cidades do estado de Alagoas decretarem estado de emergência devido a grave seca que as atinge. Muita gente ainda acha que está adquirindo cultura ao ler veja mas na verdade estão somente lendo opiniões e matérias que querem montar uma opinião de massa para que fiquem eternamente nessa vida do "EU".

    E não me surpreende o fato do "Meu Cachorro" ser mais comentado, uma massa egocêntrica e capitalista não poderia ter opinião diferente.

    Rodrigo C. - Gota d'Água

     
  • Às 9:04 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Diana, vou comentar sem ser convidada mesmo pq tô parecendo espiã, leio seus textos desde que o Jorge colocou link no blog dele e nunca comentei rs, preciso dizer que são muito legais ou como diria vc muito pertinentes rsrs =D


    beijos

     
  • Às 6:11 PM , Blogger wilL disse...

    Vc escreveu esse texto? Há! fala sério? desde quando vc tem essa capacidade? ahuuahhuahuahuhua

    Tá brincadeira...vamos falar sério...a questão é a seguinte:
    O Walcyr Carrasco e seu cachorrinho serão sim os mais comentados da revista. Não é um problema da Veja em especial, seu chefe assina contigo, e muita bicha que lê o a capa tem opiniões fornmadinhas sobre o possível relacionamento da Britney Spears com a Paris Hilton!
    Inclusive, vida de famoso, celebridade, homem gostoso dá muito clique e diversos comentários lá.

    Alias Paris Hilton foi a coisa mais procurada no Google nos Estados Unidos e RBD ganhou aqui no Brasil.

    Mas tem também o lado positivo disso. Pelo menos 2 pessoas tiveram suas cartas publicadas pela revista sobre a matéria; você está falando dela aqui...
    Em vão ela não foi. Na capa, os comentários sobre pelados e famosos são inintendíveis, sem ponto, acentuação. Não dá pra minimamente entender o que as pessoas tentam comentar. Parecem bebês que estão aprendendo a se comunicar. Já as matérias/notas/reportagens "mais cabeça" recebem um número menor de comentários, mas muito muito muito superior em qualidade textual e ideológica.

    O mundo está doente ou será que somos nós?

     

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